Funcionários da Companhia de Água e Esgoto do Estado (Cedae) anunciaram, nesta sexta-feira (17), que entrarão em greve na próxima segunda-feira contra a venda e votação na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), que prevê a privatização da empresa. A paralisação deve durar os dias em que os deputados da Casa discutirem o assunto. Os servidores da companhia também marcaram protesto na segunda, em frente à Alerj.
A venda da Cedae é a principal exigência do governo federal no plano de recuperação fiscal do Rio. Para Humberto Lemos, presidente do sindicato da categoria, a venda da companhia prejudica a população do Rio. “É uma empresa superavitária. Deu R$ 350 milhões de lucros e pagou dividendos aos seus acionistas de R$ 88 milhões. O Rio de Janeiro vai vender seu maior ativo e daqui a três anos vai ter de pagar esse empréstimo. Só que não terá mais ativo. Ninguém no Rio de Janeiro está entendendo esse negócio”, afirmou Lemos. “Vão vender por R$ 3,5 bilhões. Dá para pagar duas folhas do funcionalismo. E depois?”
Na segunda-feira, os líderes dos partidos da Alerj se reúnem para discutir as 211 emendas apresentadas ao projeto de lei de venda da Cedae. É no colégio de líderes que os deputados debatem as emendas para chegar a consenso mínimo. A partir das 11h, a Comissão de Constituição e Justiça dará parecer sobre as emendas acordados e o texto vai à votação.
Para aprovar a matéria é necessária maioria simples dos deputados. Mas os autores de emendas não incluídas podem fazer requerimentos para votação em separado das propostas. A previsão é de que o tema será debatido na Alerj durante a semana toda. Humberto Lemos afirmou que a greve da Cedae não deve prejudicar o abastecimento de água e o tratamento de esgoto da população. “Não queremos penalizar a sociedade”, afirmou.
Fonte: O Dia
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