- 2 de junho de 2025
- Publicado por: José Medeiros
- Categorias: Notícias CTB Nacional, Notícias CTB-RJ

Na tarde do dia 30 de maio, o histórico prédio do Sindicato dos Estivadores do Rio de Janeiro, na Gamboa, foi palco de um dos momentos mais emblemáticos do VI Congresso da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Rio de Janeiro (CTB-RJ). O Ato Solene, realizado às 17h, reuniu lideranças sindicais de diversas centrais, parlamentares progressistas e movimentos sociais, todos em uníssono na defesa da unidade da classe trabalhadora e contra o avanço da extrema direita no país.
A mesa do Ato refletiu esse espírito de articulação ampla, contando com representantes da CUT, Força Sindical e Nova Central, além de parlamentares como as deputadas estaduais Dani Balbi (PCdoB), Martha Rocha (PDT) e a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB). A vereadora e sindicalista Livia Miranda (PCdoB) também compôs a mesa, trazendo a força da militância da CTB para o espaço institucional.
A mestre de cerimônias, jornalista Fernanda Fonseca, conduziu o evento com firmeza e sensibilidade, marcando com dignidade os diversos momentos da cerimônia, incluindo homenagens às famílias de Moïse Kabagambe e Kathlen Romeu — jovens negros assassinados em circunstâncias brutais nos últimos anos. Embora já homenageadas em momentos específicos do Congresso, suas memórias também foram reverenciadas no Ato Solene, reforçando o compromisso da CTB-RJ com a luta antirracista.
Um dos discursos mais contundentes da noite veio de Paulo Sérgio Farias, presidente da CTB-RJ, que defendeu com veemência a construção de uma ampla frente política e social no estado. Ele propôs publicamente às demais centrais sindicais a realização de um Encontro Estadual da Classe Trabalhadora em 2026, com o objetivo de construir uma plataforma unificada para o enfrentamento da extrema direita:
“Nós estamos lançando aqui a proposta de construir, em abril do ano que vem, o Encontro da Classe Trabalhadora do Rio de Janeiro. Para eleger uma plataforma unitária e disputar o rumo de 2026”, declarou Paulo Sérgio, que também desafiou as centrais e partidos a organizar um 1º de Maio unitário com a presença do presidente Lula no Rio de Janeiro.
Outro momento marcante foi a intervenção de Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, que denunciou os impactos da jornada 6×1 sobre a saúde e a vida dos trabalhadores e defendeu a regulamentação da jornada de trabalho no Congresso Nacional:
“O movimento sindical precisa ser a principal trincheira de luta em defesa da jornada de 40 horas semanais, de uma jornada 5×2, com redução sem corte de salários e por justiça tributária. A CTB tem cumprido papel central nesse debate e seguirá à frente dessa mobilização”, afirmou Ayer, sendo amplamente aplaudido.
Entre as parlamentares presentes, Dani Balbi (PCdoB), presidenta da Comissão de Trabalho da Alerj, fez uma análise profunda do atual momento político e denunciou a ofensiva do capital sobre os direitos da classe trabalhadora:
“O capital tem um único objetivo: a maximização dos lucros às custas da dignidade da classe trabalhadora. Ele se reorganiza em escala internacional para esmagar as saídas emancipatórias. Por isso é fundamental que sigamos fortalecendo os sindicatos, organizando a luta e construindo caminhos de resistência. A emancipação da nossa classe passa por enfrentar e derrotar essa lógica de exploração que nos drena e nos adoece diariamente.”
Martha Rocha, deputada estadual pelo PDT, reforçou a importância de trazer o debate sobre os direitos trabalhistas para fora dos gabinetes, usando o exemplo da luta dos servidores públicos que resustiram, com essa metodologia, à tentativa de Reforma Administrativa do Governo Bolsonaro:
“A luta contra a jornada 6×1 é pela vida, pela saúde e por mais produtividade. É fundamental levarmos esse debate para cada canto do Rio, como fizemos na luta contra a PEC 32.”
Jandira Feghali, deputada federal pelo PCdoB, lembrou da importância das pautas internacionalistas, como a defesa da Palestina livre e soberana contra os ataques de Israel e reforçou a necessidade de resistência diante do avanço autoritário:
“Eles precisam de governos fascistas para avançar com a destruição dos direitos. Não podemos permitir que a extrema direita volte a governar este país. Precisamos reverter as reformas, lutar por justiça tributária, fortalecer a soberania nacional e proteger a democracia.”
O Ato Solene do VI Congresso da CTB-RJ não apenas celebrou os avanços da central no último período, como também projetou um futuro de mobilização e unidade. A fala final de Paulo Sérgio Farias sintetizou esse espírito:
“Foram quatro anos de muito trabalho, harmonia e construção coletiva. Renovamos 50% da nossa direção com juventude e compromisso. A CTB-RJ sai desse congresso mais forte, pronta para disputar os rumos do estado e do país.”
A CTB-RJ reafirma, assim, seu papel estratégico na luta sindical classista, comprometida com a democracia, os direitos sociais e o projeto de um Brasil justo e igualitário.