Os dados de todo o estado mostram um nível de infecção pelo coronavírus ainda preocupante. O médico infectologista Roberto Medronho, da UFRJ, afirma que há uma tendência de alta nos casos a serem registrados em todas as regiões do Rio de Janeiro. Segundo ele, as medidas de flexibilização aumentaram a circulação da população e, consequentemente, o contágio.
O RJ tem 8,9 mil mortes e 97,5 mil casos confirmados de Covid-19. Com a ajuda dos sinais emitidos para as antenas de telefonia celular, é possível acompanhar as movimentações nas ruas, em um cruzamento de dados com os casos reportados.
Medronho acredita que as medidas de flexibilização vieram antes do necessário, quando o R, que indica a taxa de contágio, estava abaixo de um, indicando uma contaminação menor.
“Infelizmente, o que estamos vendo é uma não atenção adequada aos aspectos da ciência”, afirmou o médico.
Ele alertou para o risco de expansão da Covid-19 para o interior.
“A epidemia está claramente se interiorizando. Está aumentando o número de casos no interior do estado. O que estamos alertando é que, se abrir para estes locais indistintamente, não regionalizando o plano, teremos um maior número de casos e, consequentemente, de óbitos. Já que, neste municípios, a rede hospitalar é bem menos estruturada do que na capital ou na Região Metropolitana do Rio de Janeiro”, explicou Medronho.
Capital

Na capital do estado, o risco de infecção pelo novo coronavírus passou de moderado para alto em uma semana. Os dados indicam que o risco é mais alto e que a tendência é aumentar. Segundo Roberto Medronho, a mobilidade da população aumentou.
“Depois da decretação do isolamento social, passado um determinado período, o número veio caindo. Agora, com as medidas de flexibilização, as medidas têm aumentado muito, o que está impactando na taxa de contágio. Nós estamos em viés de elevação do número de contaminação no nosso município e no nosso estado”, explicou o infectologista.
Noroeste

No Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, a variação de uma semana para outra não foi considerada significativa pelo especialista.
“O que mostra é que estamos no momento de ampliar as medidas de isolamento, e não liberar, como está sendo feito. É algo na contramão das evidências científicas.
Norte

No Norte do RJ, onde também foram adotadas medidas de reabertura, o risco de contaminação segue muito alto.
“Está variando dentro de uma mesma faixa. O ideal é ampliar as medidas de isolamento antes de iniciar as medidas de liberação”, destacou o especialista.
Fonte: G1
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