Governo Lula lança novo plano industrial com conteúdo local e metas para o desenvolvimento até 2023

O Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) entregou hoje, ao Presidente Lula, o texto do programa Nova Indústria Brasil (NIB), projeto que irá nortear a reindustrialização do país e colocando a sustentabilidade e a inovação como pilares do desenvolvimento nacional.

O novo programa vem para estimular o desenvolvimento produtivo e tecnológico, elevar a competitividade da indústria brasileira, gerar empregos e ampliar a presença brasileira no mercado internacional com investimentos de R$ 300 bilhões até 2026.

A Nova Indústria Brasil define metas para cada uma das seis missões que norteiam os esforços até 2033. Para alcançar cada meta, há áreas prioritárias para investimentos e um conjunto de ações propostas e que envolvem esforços de todos os ministérios membros do CNDI e do setor produtivo nacional. Para reverter a desindustrialização precoce do país, a nova política prevê a articulação de diversos instrumentos de Estado, como linhas de crédito especiais, recursos não-reembolsáveis, ações regulatórias e de propriedade intelectual, além de uma política de obras e compras públicas, com incentivos ao conteúdo local, para estimular o setor produtivo em favor do desenvolvimento do país.

“A CTB já há algum tempo trata dessa matéria e já havia colocado ao debate nacional a importância do resgate da Petrobrás, da reindustrialização, da soberania energética, de uma política para a ciência, tecnologia e inovação frente aos avanços obtidos nos últimos anos pela inteligência para dar conta das necessidades humanas, das cidades e de campos importantes do parque industrial brasileiro.” – comentou o Presidente da CTB Rio de Janeiro, Paulo Sérgio Farias.

Falando aos canais oficiais do governo, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin reafirmou o compromisso do governo com a construção de um país competitivo, inovador e na vanguarda da transformação ecológica.

“A nova política posiciona a inovação e a sustentabilidade no centro do desenvolvimento econômico, estimulando a pesquisa e a tecnologia nos mais diversos segmentos, com responsabilidade social e ambiental. Esta política representa uma visão de futuro. Uma declaração de confiança em nossa capacidade de competir e liderar áreas estratégicas diante do mundo”.

METAS SOCIAIS E CONTEÚDO LOCAL GANHAM DESTAQUES DO NOVO PROGRAMA

A Nova Indústria Brasil tem entre suas metas a garantia da segurança alimentar e nutricional dos brasileiros investindo no fortalecimento das cadeias agroindustriais, que devem chegar à próxima década, segundo a meta estipulada, com 70% dos estabelecimentos de agricultura familiar mecanizados – atualmente apenas 18% o são. Nesse processo, o programa prevê que 95% do maquinário seja produzido no Brasil.

Na Saúde, o programa prevê que o Brasil produza 70% dos medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos que utiliza. Atualmente esse índice é de 42%.

O programa também ambiciona melhorar a vida nas cidades com investimentos em infraestrutura que reduzam o tempo de deslocamento das pessoas em 20% no caminho para o trabalho. Para alcançar esse objetivo, O NIB quer ampliar a participação brasileira na cadeia industrial do transporte público sustentável com foco na eletromobilidade, na indústria metroferroviária e na construção civil digital e de baixo carbono.

Outra meta que merece destaque é a descarbonização e transição e segurança energéticas que busca aumentar em 50% a participação dos biocombustíveis na matriz energética de transportes e reduzir em 30% a emissão de carbono da indústria nacional.

IMPRENSA INSISTE NO ERRO DE ATACAR A POLÍTICA DE CONTEÚDO LOCAL

O retorno da política de conteúdo local e subsídios para a indústria brasileira, comemorado por diversas entidades representativas da classe trabalhadora e muito bem avaliada no retorno gerado ao país durante sua vigência, no entanto, não agradou a todos. Os grandes conglomerados de comunicação não pouparam críticas na sua linha editorial para o que chamam de “retorno ao passado”, ideias que, segundo eles, “não deram certo”.

O Presidente da CTB-RJ, Paulo Sérgio Farias, criticou a postura da imprensa, que, na visão do cetebista se posiciona contra a soberania nacional:

“A reação das elites do atraso não demorou a acontecer como já era esperado. Jornais da imprensa golpista e articulista econômicos não admitem que seja possível o país adotar uma política soberana de desenvolvimento. Uma das questões que recebem pesadas críticas dos setores do atraso brasileiro é o conteúdo Nacional. Eles usam como referência o caso da Embraer, cuja imposição do “mercado” é de 30%. Para avançar na questão soberana é preciso estabelecer outro patamar do conteúdo nacional, agregar mais valor aos produtos nacionais. Sendo assim, é alvissareira a decisão do governo, mas é preciso também considerar outro componente deste segmento que é a classe trabalhadora que precisa ser valorizada.” – afirmou.

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