- 7 de agosto de 2025
- Publicado por: Marcios Mauricio
- Categorias: Mulheres, Negros e Negras, Notícias CTB-RJ

Por maioria de votos, a Auditoria da Justiça Militar absolveu os policiais Rafael Chaves Oliveira, Rodrigo Correia Frias e Marcos Felipe da Silva Salviano, acusados de fraudar o local do assassinato de Kathlen Romeu, na tarde desta terça-feira (5).
A absolvição, segundo a auditoria, se deu por falta de provas suficientes e agora os PMs vão a júri popular, ainda sem data marcada. Dois dos policiais acusados patrulhavam a região.
A jovem de 24 anos estava grávida de três meses e foi morta por um tiro de fuzil no tórax, no Complexo de Favelas do Lins, no Rio de Janeiro, em junho de 2021.
“Diante de tantos fatos, vale a pena questionar: haverá justiça real neste caso? Ao fim, se o resultado do julgamento for definido a favor dos acusados, isso pode significar uma segunda morte para a jovem”, ponderou, Paulo Farias, presidente da CTB/RJ
Casos como este não são raridade ou exceção, por conta do racismo estrutural ao qual estamos submetidos na sociedade brasileira, em especial a fluminense.
Segundo dados do relatório “Pele Alvo: a bala não erra o negro“, da Rede de Observatórios da Segurança e que se baseia nos dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), em 2022, 87,3% das pessoas mortas pela polícia no Rio de Janeiro eram negras. Isso representa uma desproporcionalidade gritante, já que a população negra no estado é de 54,39%.
Em 2023, um estudo da mesma Rede de Observatórios da Segurança apontou que quase 90% dos mortos pela polícia no Brasil eram negros, destacando o peso do racismo na segurança pública.
A política de morte do Governo do Estado, sob a gestão de Cláudio Castro, salta aos olhos e mostra frontalmente o quanto o racismo institucional ainda precisa ser combatido. A cobrança e a vigilância para que o caso de Kathlen Romeu tenha um desfecho justo devem ser constantes, para que a justiça seja feita e as instituições não validem a impunidade no nosso estado.