Marcado pela Unidade das Centrais Sindicais, 1º de Maio do RJ é um dos Maiores do Brasil

A CTB Rio de Janeiro, em unidade com as demais Centrais Sindicais, construiu, pelo terceiro ano seguido, comemorações unificadas do Dia do Trabalhador e Da Trabalhadora no Rio de Janeiro. Pelo segundo ano consecutivo, a Prefeitura do Rio de Janeiro também colaborou com a construção do evento que ocupou o Parque Madureira com uma grande festa para a classe trabalhadora.

A Tenda das Centrais foi um lugar de destaque no evento, em meio a diversos espaços de prestação de serviço, na tenda a conversa era entre trabalhadores, com acolhimento, debates, e muita animação com destaque para a apresentação do grupo de samba dos trabalhadores garis que fez muito sucesso nessa festa da classe trabalhadora em Madureira.

Mesmo em situação financeira delicada, as Centrais Sindicais se uniram e conseguiram realizar o sorteio de televisões e diversos eletrodomésticos.  Foi na Tenda das Centrais que ocorreram as primeiras falas políticas e de mobilização das principais lideranças do movimento sindical fluminense. O Dia era de festa, mas também de luta e reivindicações. O espaço comandado pelas entidades de classe foi o coração pulsante do Festival.

Além da Tenda das Centrais, a atividade, por onde circularam milhares de pessoas ao longo de todo o dia, mantendo o Parque Madureira Mestre Monarco sempre lotado. Os números de serviços prestados revelam um pouco da presença massiva de cariocas e fluminenses no festival. Foram 4.500 inscrições em cursos profissionalizantes, mas de 10 mil candidaturas a postos de trabalho. Três trabalhadores não sabiam terem direito a aposentadoria e descobriram ao chegar no festival, voltando para casa aposentados.

O Festival do Trabalhador também contou com muitas atividades esportivas e culturais ao longo do dia, com aula de dança, homenagens a 70 trabalhadores pela dedicação e relevância de seus ofícios e uma corrida de bicicleta, vencida pelo entregador Diego Lopes, o Carcará, e pelo ato político das Centrais Sindicais, no palco principal do evento, falando com todos os presentes, lembrando que além de uma celebração, o 1º de maio é dia de luta.

“O 1º de maio é uma data para a gente reafirmar nossas bandeiras, como a da redução da jornada de trabalho. Há estudos confirmando ser possível se estabelecer uma jornada de quatro dias por semana, sem redução de salário, e com aumento da produtividade” — comentou, sobre a atividade, o Presidente da CTB Rio de Janeiro, Paulo Sérgio Farias, em entrevista à Agência Brasil.

Paulo Sérgio reconheceu os esforços do governo do Presidente Lula, especialmente na questão do aumente do salário mínimo, mas lembrou que os trabalhadores precisam de mais. O Cetebista defendeu um piso salarial nacional que atenda às necessidades da classe trabalhadora.

Farias acrescenta entre as reivindicações está o fim do trabalho análogo à escravidão infantil e mais poder de negociação para sindicatos.

“A gente sabe que esse valor está muito aquém das reais necessidades de alimentação, vestuário, lazer, cuidados, moradia e com tudo necessário para o bem-estar social das famílias”, avalia.

O governo propôs salário mínimo de R$ 1.502 em 2025. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o DIEESE, publicou, em março, que o valor atualizado do salário mínimo para garantir direitos e uma vida digna aos trabalhadores, seria de R$ 6.723,41.

No palco principal, durante o grande ato político das Centrais Sindicais, Paulo Sergio Farias valorizou a unidade da classe trabalhadora e a construção de mais um 1º de maior unificado das Centrais Sindicais e prestou solidariedade ao povo. Gaúcho e Palestino:

“Nesse dia é importante que se tenha a compreensão da luta política que ocorre no Brasil e no mundo. É muito importante e a gente tem que prestar nossa solidariedade ao povo trabalhador do Rio Grande do Sul, que mais uma vez enfrentam os problemas cotidianos das nossas cidades que estão morrendo. E precisamos manifestar também nossa solidariedade ao povo palestino, massacrado pelo exército assassino do Estado de Israel.”

O Presidente da CTB-RJ fez críticas à Reforma Trabalhista, que chamou de entulho legislativo autoritário imposto após um golpe” e lembrou que foi essa legislação que sacrificou sindicatos, enfraqueceu a luta e dificultou ainda mais os acordos e convenções com conquistas para as categorias. Paulo Farais defendeu a construção de uma nova maioria, com a unidade das centrais sindicais, que mude os rumos do Brasil:

“Essa nova maioria da nossa sociedade conseguirá transformar o Brasil por meio de um grande projeto nacional de desenvolvimento com a valorização do trabalho, para que a nossa classe se emancipe, que as mulheres conquistem direitos iguais e que possamos acabar com o assassinato da juventude negra para que nossa classe de fato se emancipe, que as mulheres tenham de fato direitos iguais. Trabalho igual, direitos iguais. Que a gente acabe com o massacre da juventude negra que o governo assassino de Cláudio Castro faz todos os dias nas nossas comunidades. Precisamos denunciar o assassinato da nossa juventude e da nossa esperança” – concluiu Paulo Sérgio.

Ao cair da noite, muita festa no coração do subúrbio carioca com apresentações dos grupos Fundo de Quintal, Clareou e a bateria do Império Serrano.

 

Foto: Roberto Moreyra/SMTE

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