Não ao genocídio do povo pobre, negro, periférico e favelado do Rio de Janeiro

Não ao genocídio do povo pobre, negro, periférico e favelado do Rio de Janeiro

A direção da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) vem a público se manifestar total solidariedade ao povo do Estado do Rio de Janeiro e em especial, a classe trabalhadora e ao mesmo tempo repudiar de forma veemente a chacina ocorrida no Rio em mais um dia de terror e comoção.

Nesta quarta-feira, 29 de outubro de 2025, os moradores das comunidades dos Complexos da Penha e do Alemão amanheceram procurando corpos nas matas da região e os levando para a Praça São Judas. Enquanto as fontes oficiais divulgam 121 mortos na operação, a relatos de que esse número pode ser bem maior.

Essa cena trágica se repete 15 anos depois de outra ação violenta do Estado na mesma região. Dezenas foram mortos, a bandeira nacional foi hasteada no alto do morro como símbolo da ocupação pelo estado e muitas promessas foram feitas. Os jovens que perderam a vida em outubro de 2025 eram crianças nessas comunidades quando houve a chacina em 2010. Essa política criminaliza que os pobres tem discriminação de raça e classe,

Durante o governo do senhor Claudio Castro várias chacinas ocorreram nas favelas cariocas: Jacarezinho (maio de 2021) – 28 mortos; Vila Cruzeiro (maio de 2022) – 25 mortos; Complexo do Alemão (julho de 2022) – 17 mortos e Salgueiro, em São Gonçalo (novembro de 2021) – 9 mortos. Uma sequência trágica, sem resultados concretos, pois não há qualquer evidência de que essas mortes contribuam para a solução dos problemas da segurança pública no Rio de Janeiro.

A política de insegurança pública do governo Cláudio Castro fecha escolas, unidades de saúde e espalha o terror nas comunidades serve apenas ao projeto eleitoral, ao discurso do ódio contra a população pobre, negra e ao fortalecimento da extrema direita com objetivos claros de impedir o avanço civilizacional, da emancipação da classe trabalhadora.

Na contramão de ações espetaculosas e trágicas, a Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto de 2025, é um exemplo de ação coordenada entre Receita Federal, Polícia Federal, Ministério da Justiça e Segurança Pública, e órgãos estaduais., conduzida simultaneamente em oito estados, a operação teve como foco desarticular esquemas bilionários de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, com elos ao crime organizado, como o PCC.

A Carbono Oculto faz parte de um conjunto de ações, classificadas pelo governo federal como a maior resposta do Estado brasileiro ao crime organizado em sua história, demonstrando a eficácia da articulação e inteligência no combate à violência financeira e até armada.

Nossa luta segue, pois não podemos admitir que, em nome do combate ao crime organizado, as chacinas nas favelas e periferias e as mortes sejam naturalizadas. Exigimos investigação total e transparente sobre essas mortes e o fim das operações que têm como objetivo matar pobres.

Precisamos construir no Rio de Janeiro um ambiente de paz, um Rio desenvolvido com desenvolvimento, reforma urbana e urbanização e saneamento básico nas favelas, reindustrialização e geração de emprego digno. Para tanto, a CTB defende um amplo movimento democrático para derrotar a extrema direita no Brasil e em especial aqui no Estado do Rio de Janeiro. Fora Claudio Castro.

Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2025.

Paulo Farias, presidente da CTB/RJ

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