- 29 de outubro de 2025
- Publicado por: Marcios Mauricio
- Categorias: Notícias CTB Nacional, Notícias CTB-RJ
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil do Rio de Janeiro (CTB/RJ) e a União de Negros e Negras pela Igualdade (UNEGRO), por meio da Secretaria Nacional de Política de Promoção da Igualdade Racial da CTB, vêm a público manifestar o mais veemente repúdio à política de intervenção militarizada e às operações policiais, do Governador Cláudio Castro, que promovem um genocídio em curso nas favelas e periferias do Estado do Rio de Janeiro.
O que se observa é a manutenção de uma estratégia de segurança pública que, sob a justificativa de combate ao crime, promove o extermínio e a insegurança da população mais vulnerável.
Genocídio, Raça e Classe: O Caráter Racista da Violência Estatal
As intervenções do Estado nas favelas e periferias, notadamente nas grandes operações policiais, configuram uma política de segurança com um inaceitável e perverso recorte racial e social.
Repúdio ao genocídio em curso nas favelas e periferias do Rio de Janeiro, onde mais de 130 pessoas, na sua maioria, homens negros e pobres, foram brutalmente assassinadas pelas forças policiais. Sabemos que a política de extermínio tem cor e classe social. O Estado do Rio de Janeiro insiste em tratar os moradores de favelas como inimigos.
A CTB/RJ e a UNEGRO denunciam que essa política de extermínio tem um caráter racista e classista contra a população moradora de favelas.
- Os números são frios e revelam a tragédia: operações como a recente (28/10), que resultou em mais de 60 mortes, ceifam vidas de jovens e homens negros, marginalizados socialmente. Tais ações transformam sistematicamente as comunidades em zonas de guerra, configurando uma política que nega a essa parcela da população o direito à vida e à segurança.
A CTB repudia esse modelo que falha em proteger o cidadão e que, ao contrário, traz insegurança e pânico generalizado. O modelo prioriza o espetáculo da força e a letalidade, em vez de investir em inteligência e em políticas sociais.
A CTB-RJ e UNEGRO cobram:
Em defesa da vida, da dignidade e dos direitos da população de favelas e periferias, a CTB-RJ e a UNEGRO apresentam as seguintes exigências ao Governo do Estado do Rio de Janeiro:
- Exigimos o imediato fim das operações letais nas favelas e periferias. A segurança não pode ser alcançada por meio do extermínio e da militarização da vida civil.
- Ampliação dos investimentos públicos e sociais nas favelas e periferias, priorizando educação, saúde, cultura, esporte e geração de empregos. É com a garantia de direitos e oportunidades que se constrói a paz social e se combate a raiz da violência.
- Participação das organizações populares, movimentos negros e sindicais no debate sobre segurança pública inclusiva. É fundamental a construção de um novo modelo de segurança com a escuta e a voz daqueles que são as maiores vítimas do modelo atual.
A vida da juventude negra e pobre não é descartável. O Rio de Janeiro precisa de paz com justiça social, e não de um Estado que endossa e executa o genocídio contra sua própria população.
Rio de Janeiro, 29 de Outubro de 2025.
Raimunda Leone, secretária adjunta de políticas de promoção da igualdade racial da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Rio de Janeiro (CTB-RJ)
Fernanda Machado, presidente da União de Negros e Negras pela Igualdade (UNEGRO).