- 9 de janeiro de 2024
- Publicado por: José Medeiros
- Categorias: Notícias CTB Nacional, Notícias CTB-RJ
Não são só os trabalhadores e trabalhadoras que sofrem em virtude da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Toda população da cidade de Volta Redonda sofre com a falta de gestão de resíduos e com a poluição do ar causada pela companhia.
No. Brasil, os desastres ambientais causados pelas mineradoras em Brumadinho, Mariana e Maceió elevam o alerta da população de Volta Redonda que vê, ao lado do Rio Paraíba do Sul, principal fornecedor de água para a população do nosso estado, uma montanha de escória de mais de 40 metros de altura e que se estende por mais de 300 mil metros quadrados.
Rejeitos de Alto Forno, de assearia, de resíduos da produção do aço na Usina Presidente Vargas, que se acumula desde 1970, sobre um terreno que segundo especialistas tem o solo instável que, em caso de rompimento causará inundação e interromperá o fluxo de água na região, contaminando o Rio que fornece água para milhões de fluminenses.
Os especialistas entrevistados pelo programa Domingo Espetacular, da TV Record, falam em danos irreversíveis que afetam todo o Estado. Não apenas Volta Redonda está em risco, com sua montanha de Escória, a CSN consegue grande risco grande parte do Estado do Rio de Janeiro.
No Brasil já existe a tecnologia para transformação da escória em fertilizante agrícola. A manutenção da Montanha de escória, mesmo com sucessivas multas emitidas pelo INEA e pelo Ministério Público, é uma opção irresponsável de uma companhia que anunciou, em 2023, um lucro da ordem de R$ 283 milhões de Reais.
Até quando a população de todo estado ficará refém da sorte de uma tragédia anunciada não acontecer? É urgente a ação do poder público, nano apenas com multas que sequer incomodam os robustos cofres da empresa, mas com medidas firmes que façam com que providências reais sejam tomadas.
EMISSÕES DA CSN ADOECEM POPULAÇÃO DE VOLTA REDONDA
A água está em risco, o ar já está sendo diariamente poluído. Todos os dias a CSN libara o chamado “pó preto” nos céus de Volta Redonda. A poeira é fruto do processo do aço e tem a presença de partículas de metal em sua composição chegando ao nível de grudar em um imã.
Na mesma matéria do Domingo Espetacular que comentou a situação da montanha de escória, os especialistas convidados foram taxativos em afirmar que a inalação do “pó preto” causa problemas respiratórios e de outras naturezas.
Em entrevista ao Portal G1, em 2023, o pesquisador da Fiocruz, Marcelo Moreno, afirmou existir uma relação entre a fumaça da CSN e o aumento de casos de doenças respiratórias na cidade de Volta Redonda:
“A gente já tem estudos que mostram que a poluição do ar agride a saúde do feto. Então, a gente vai ter crianças nascidas com baixo peso, nascidas prematuramente. Isso já está comprovado por estudos”, comentou.
As partículas não poluem apenas o ar, atingindo, quando caem o solo e os rios e espalhando resíduo de atividade industrial por toda cidade de Volta Redonda. A irresponsabilidade da CSN somada a falta de uma fiscalização ambiental rígida por parte do Governo do Estado coloca, seja pela montanha de escória, seja pelo “pó preto”, vidas de fluminenses de todo estado em Risco.
A CTB Rio de Janeiro e o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense estão vigilantes e ao lado do povo de Volta Redonda exigindo práticas ambientais sustentáveis, a remoção imediata da montanha de escória e o fim das emissões de poluentes no ar por parte da CSN.