- 26 de dezembro de 2025
- Publicado por: Marcios Mauricio
- Categorias: Notícias CTB Nacional, Notícias CTB-RJ, Política
A classe trabalhadora brasileira inicia 2026 com uma vitória significativa fruto da pressão sindical e da retomada do compromisso com o bem-estar social. Foi publicado o decreto que oficializa o novo valor do salário mínimo para R$ 1.621,00, que passa a vigorar a partir de 1º de janeiro. O reajuste de 6,79% representa a consolidação da Política de Valorização do Salário Mínimo, uma bandeira histórica da CTB e das centrais sindicais.
“Este avanço não é um fato isolado, mas a retomada de um projeto de país que entende o salário como motor da economia. Entre 2003 e 2016, nos governos de Lula e Dilma, a valorização do mínimo foi institucionalizada e serviu como o maior instrumento de distribuição de renda que este país já viu. Apesar dos retrocessos impostos pelos governos neoliberais de Temer e Bolsonaro — que interromperam esse ciclo e arrocharam o poder de compra do povo — novamente estamos vendo a retomada desta importante política que valoriza quem de fato produz a riqueza: o trabalhador e o povo brasileiro”, avaia o presidente da CTB/RJ, Paulo Farias.
Através de uma fórmula que somava a inflação (INPC) ao crescimento do PIB de dois anos anteriores, o salário mínimo saltou de R$ 200 em 2003 para R$ 880 em 2016. Nesse período, os trabalhadores conquistaram um ganho real acumulado de 74,33% acima da inflação, o que foi determinante para tirar milhões de brasileiros da pobreza e fortalecer o mercado interno.
Infelizmente, esse ciclo de prosperidade foi brutalmente interrompido após 2016. Sob o governo de Michel Temer, a regra de aumento real sistemático foi abandonada, resultando em uma estagnação que marcou o período com um ganho real negativo de -0,34%.
Essa política de arrocho continuou no governo de Jair Bolsonaro, onde o reajuste limitou-se, na quase totalidade do mandato, a repor apenas a inflação oficial. Ao final de quatro anos, o ganho real acumulado foi de apenas 1,14%, o menor índice em décadas. A análise da CTB é clara: nesses governos, o salário mínimo foi tratado como um “vilão” das contas públicas, servindo apenas como variável de ajuste fiscal, o que resultou na perda do poder de compra e no retorno de milhões de famílias à insegurança alimentar.
A Próxima Grande Batalha: Redução da Jornada de Trabalho
Para a CTB, a celebração do novo mínimo de R$ 1.621 vem acompanhada de um novo chamado à mobilização. Se o salário voltou a crescer, a qualidade de vida do trabalhador agora exige avanços na gestão do tempo. Nossa principal bandeira de luta para 2026 será a redução da jornada de trabalho sem redução de salários.
A CTB defende que o fim da escala 6×1 e a transição para jornadas mais humanas são fundamentais para combater o adoecimento mental, o Burnout e para permitir que o trabalhador tenha tempo para o lazer, o estudo e o convívio familiar. Além disso, a redução da jornada é uma medida econômica inteligente, capaz de gerar novos postos de trabalho e distribuir melhor a produtividade alcançada pela tecnologia.
Salário digno e tempo para viver: esse é o nosso compromisso!
CTB – A Central da Unidade, da Luta e da Esperança.