Atos em defesa da Educação e contra as Privatizações reúnem 20 mil no Rio de Janeiro

Duas grandes manifestações marcadas para o fim da tarde dessa quinta-feira (3) levaram mais de 15 mil pessoas para as ruas no Rio de Janeiro.

As manifestações tinham pautas diferentes, mas que se complementam, se uniram em ato único, lotando as ruas do centro da cidade em cortejo partindo da Igreja da Candelária e seguindo pela avenida Rio Branco até a sede da Petrobrás.

Estudantes, liderados pela União Nacional dos Estudantes, e trabalhadores da educação, se concentravam para o grande ato do segundo dia da Greve Nacional da Educação.

Ao mesmo tempo, Centrais Sindicais, Partidos Políticos, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, junto com diversas outras entidades, mobilizavam, no dia de aniversário da Petrobrás, para o grande ato em defesa da Soberania Nacional e contra as privatizações.

“Soberania e Educação são pautas urgentes e que se complementam em nosso país.”- afirmou o Presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão.

O Movimento Sindical também marcou presença no ato. As Centrais Sindicais junto com as Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo comandaram as mobilizações contra as privatizações e em defesa da Soberania nacional.

“Hoje, mais uma vez, estivemos nas ruas protestando contra as medidas adotadas pelo governo Bolsonaro. Desta vez para denunciar à nação a grave ameaça que significa a entrega a preço de banana 17 estatais. Essas privatizações, prometidas pelo governo, na prática significam a renúncia à soberania brasileira sobre estatais importantes e estratégicas como a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), a Petrobras, a Eletrobras, entre outras empresas nacionais. Aqui, no Rio, a privatização da CEDAE é a confissão de um governo servil, entreguista, que defende a volta do Brasil colônia, atrasado, sem perspectivas de desenvolvimento.” – afirmou o Presidente da CTB-RJ, Paulo Sérgio Farias

O presidente da CTB-RJ também falou ao Portal CTB RJ sobre a pauta da educação e defendeu a unidade dos trabalhadores e trabalhadoras para superar o momento vivido pelo país:

“Estamos nas ruas também para denunciar os cortes de verbas na educação e o sucateamento da saúde, com o desmonte do SUS. Estamos nas ruas para dizer que é possível e estratégico a construção de um projeto de unidade popular, do campo progressista. Os tempos atuais exigem a compreensão e a generosidade entre os mais diversos atores sociais e políticos na busca dessa unidade. Estamos nas ruas, neste dia 3 de outubro, dia da Petrobrás, para dizer que é possível barrar as privatizações e a entrega da nossa soberania! Estamos nas ruas para dizer que queremos reconstruir um projeto nacional, de valorização do trabalho, que defende a ciência como elemento fundamental para garantir a melhoria de vida do povo e base do progresso do país. Estamos nas ruas para dizer que é necessário reconquistar nosso sonho de uma pátria livre, soberana, solidária e democrática e, que para isso aconteça, a esquerda terá que sensibilizar e reencantar as massas e construir uma nova maioria na sociedade para derrotar Bolsonaro nas ruas e nas urnas”. – afirmou Paulo Sérgio Farias, Presidente da CTB-RJ.

Trabalhadores e Trabalhadoras da CEDAE, liderados pelo Sintsama-RJ, compareceram em massa ao ato.

A entidade luta há décadas contra a privatização da CEDAE e tem visto essa luta se acirrar nos últimos anos, com o avanço do neoliberalismo no Brasil.

“A luta contra a privatização da CEDAE já tem mais de 25 anos. E os ataques seguem sempre o mesmo modelo. A água é um patrimônio do povo brasileiro e do estado do Rio de Janeiro e a ganância do capital internacional é cada vez maior com empresas como a Coca-Cola, Nestlé, entre outras. Nós somos resistência porque, se privatizar, o povo mais carente será prejudicado. Estamos nas ruas, nos atos, iniciando movimento de greve em meados de outubro, porque água é vida, sem água, ninguém vive.” – Afirmou Humberto Lemos, presidente do Sintsama-RJ.

Outra entidade ameaçada de privatização pelos governos Witzel e Bolsonaro, os correios, tiveram presença marcante de seus trabalhadores no ato.

Liderados pelo Sintect-RJ, a categoria é uma das afetadas pela lista de privatizações do governo federal. Ronaldo Martins, o Ronaldão, Presidente do Sintect-RJ, defendeu a importância estratégica da ECT pública:

“Nós, dos Correios, estamos em uma luta incansável visto que a empresa está na lista de 17 empresas a serem privatizadas pelo governo Bolsonaro. Estamos dialogando com a sociedade, com os parlamentares, com carta aberta, para mostrar a importância dos Correios pro povo brasileiro. O Correio, no ano de 2019, Completou 356 anos de serviços prestados ao povo brasileiro. Está em todos os municípios do país, com papel social fundamental ao povo: retirada de documentos de identidade, carteira de trabalho, campanha de vacinação, amamentação, além da entrega de correspondências em todos os municípios. Hoje nós estamos concorrendo com as empresas multinacionais, que não prestam um bom serviço de encomenda e encarecem o serviço postal e mais do que nunca precisamos defender os correios do povo. Uma empresa que emprega mais de 105 mil trabalhadores de forma direta e 40 mil de forma indireta. Em um momento que a economia está quebrada, não podemos deixar que essa empresa vá à privatização. É uma empresa autossustentável, que não precisa do governo e nós seguiremos na luta para que a empresa se mantenha pública, contra a privatização!” – defendeu Ronaldão.

A União Nacional dos Estudantes foi uma das grandes mobilizadoras do ato da educação.

Iago Montalvão, presidente da entidade, compareceu ao ato do Rio de Janeiro e fez a defesa da unidade entre as pautas que levaram milhares para as ruas neste 3 de outubro e avaliou a greve nacional da educação:

“Ontem, dia 2 e, hoje, dia 3, estão sendo dias importantes para a educação, para os estudantes, trabalhadores, professores, falarem para a população o caos que existe hoje na educação e que ainda não foi solucionado. Parte dos recursos foram devolvidos para a educação, mas só foram devolvidos por pressão da sociedade. Precisamos continuar lutando para que todo dinheiro seja devolvido e para desmentir essa história do governo de que não houve cortes. Houve cortes sim! Prejudicou muito a educação. Precisamos lutar por todas as verbas e para que, no ano que vem, possamos ter um orçamento digno para as universidades, senão, nossa educação e nossa ciência podem entrar em colapso.” – alertou o presidente da UNE.

Durante a caminhada até a sede da Petrobras, o ato foi aberto por uma faixa que dizia “Luto pelo Brasil”.

Segurando essa faixa, além de lideranças sindicais e dos movimentos sociais, estavam os parlamentares Gleise Hoffmann (PT), Jandira Feghali (PCdoB), Benedita da Silva (PT), e os ex-senadores Roberto Requião (MDB) e Lindberg Farias (PT).

Ao longo do cortejo, os manifestantes fizeram manifestações estratégicas nas sedes da Eletrobras e da Caixa Econômica Federal.

Falando aos manifestantes, a Deputada Jandira Feghali fez uma enfática defesa da Petrobrás.

“É um orgulho estar na frente da Petrobras hoje. O Brasil é muito maior do que esses governos que estamos tendo. Por mais que tentem destruir o que é nosso, não vão conseguir, vamos defender nosso patrimônio. Eles não conhecem nossa capacidade de luta. Nós vamos responder à altura. Esse ato é em defesa da nossa história, da nossa raiz e da nossa identidade”, disse a deputada.

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