Entidades de Saneamento da CTB e da CUT lançam manifesto após encontro no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro foi palco, no final da semana passada, de um importante encontro para a classe trabalhadora. Entidades da área do Saneamento, filiadas à CTB e à CUT, se reuniram no auditório do Sintect-RJ  para debater os novos desafios com a pavimentação da estada do Saneamento. O Presidente da CTB-RJ, participou do encontro. 

Durante dois dias temas como saúde do trabalhador e segurança no trabalho, direitos trabalhistas, a questão da campanha salarial unificada e dos dilemas da busca das empresas privadas pela maximização dos lucros tão enfatizada pelo sistema capitalista e o direito universal ao saneamento básico fizeram parte dos qualificados debates da atividade.

“Esse é um momento muito importante de integração dos sindicatos para unificar as lutas, que são as mesmas no Brasil. Nesse momento em que estão buscando destruir direitos, nossas garantias e precisamos estar unidos para  enfrentar essas propostas.’ – comentou Leonardo Lacerda da Silva, presidente do SIntaema Santa Catarina

Dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Federação dos Urbanitários, Edvaldo Barbosa, o ‘Dinheiro Black” engrossou o caldo e comentou: 

“A gente veio para esse encontro com grandes expectativas e sai com expectativas mais renovada ainda. Sabemos do momento que enfrentamos, de lutar contra as privatizações e contra a retirada dos direitos. E que precisamos da junção dos Sindicatos, para fazer frente contra essas empresas privadas, é fundamental.  É preciso união, trabalharmos unidos para revertemos os ataques diretos que são feitos contra os trabalhadores.”

Responsável pela tarefa de lidar com uma das empresas privadas paulista, Jeremia dos Santos, dirigente do Sintaema demostrou entusiasmo com as perspectivas trazidas pelo encontro.

Essa atividade Um momento ímpar Faz muito tempo que estamos tentando construir esse momento para atuar de forma unificada em rol dos trabalhadores. Espero que não seja apenas o primeiro, vamos tirar o segundo seminário, pra unificar os sindicatos para fazer uma data base unificada e construir um acordo coletivo unificado unificado.

Dirigente do Sintsama, e Presidente da CTB Rio de Janeiro, Paulo Sérgio Farias  participou ativamente do encontro.  Lembrou do papel que as entidades como a CTB-RJ e o Sintsama tiveram na luta contra  a privatização da CEDAE, um processo que  a central classista não trata como encerrado e que ainda será pauta do colegiado do STF pelos seus graves vícios. 

Paulo Sérgio também defendeu  a nacionalização das campanhas salariais, falou do avanço das empresas privadas permitido pelas legislações aprovadas nos últimos governos  e  a importância do investimento público no saneamento e do piso nacional para a categoria.

“Esse foi um encontro histórico que tem o desafio de nacionalizar a campanha salarial e de lidar com o crescimento das empresas privadas no setor. Os sindicatos aqui unidos defenderam um projeto nacional, da universalização do financiamento e que o estado brasileiro seja responsável por alcançar essa universalização”

O encontro terminou com a aprovação de um documento e apontando para a necessidade da uificação das lutas da categoria em uma espécie de intersindical para enfrentar o poderio das empresas provadas.

Leia, abaixo, o documento na íntegra

Unificar a Luta pela Universalização do Saneamento, Preservar o Meio-Ambiente e Ampliar Direitos Trabalhistas e a Fiscalização das Empresas Privadas de Saneamento

O saneamento público é de extrema importância por diversas razões e cada vez mais, ao longo do planeta, é possível ver cidades importantes garantindo sob a tutela do estado a gestão da água e do saneamento de seus povos. Aqui no Brasil, no entanto, desde o Golpe de 2016, o caminho trilhado é o inverso. Os governos Temer e Boslonaro atuaram para pavimentar o caminho para colocar o saneamento básico e a água nas mãos dos empresários, priorizando o lucro de poucos e atacando com isso o meio-ambiente, a qualidade de vida e a saúde de muitos.

O marco legal do saneamento no Brasil, estabelecido pela Lei 14.026/2020, trouxe mudanças significativas no setor de saneamento básico do país. A nova legislação abriu caminho para a privatização e, os resultad…
[09:32, 21/10/2023] José Medeiros: Eu estou na conferência mas com computador, mas preciso de uma orientação para qualquer alteração pois eu não participei do encontro e fiz tudo só com as entrevistas de quinta.
[09:41, 21/10/2023] José Medeiros: Unificar a Luta pela Universalização do Saneamento, Preservar o Meio-Ambiente e Ampliar Direitos Trabalhistas e a Fiscalização das Empresas Privadas de Saneamento

O saneamento público é de extrema importância por diversas razões e cada vez mais, ao longo do planeta, é possível ver cidades importantes garantindo sob a tutela do estado a gestão da água e do saneamento de seus povos. Aqui no Brasil, no entanto, desde o Golpe de 2016, o caminho trilhado é o inverso. Os governos Temer e Boslonaro atuaram para pavimentar o caminho para colocar o saneamento básico e a água nas mãos dos empresários, priorizando o lucro de poucos e atacando com isso o meio-ambiente, a qualidade de vida e a saúde de muitos.

O marco legal do saneamento no Brasil, estabelecido pela Lei 14.026/2020, trouxe mudanças significativas no setor de saneamento básico do país. A nova legislação abriu caminho para a privatização e, os resultados, por onde ela aconteceu são públicos: serviços mais caros e que não atendem ao povo com qualidade.

Um sistema de saneamento eficaz, que inclui o tratamento de água e o tratamento de esgoto, é essencial para prevenir a propagação de doenças transmitidas pela água, como cólera e hepatite. O acesso a água potável e instalações sanitárias adequadas melhora a qualidade de vida das pessoas, reduzindo a exposição a condições insalubres. É dever do Estado garantir saneamento básico para todos e todas.

A proteção do meio-ambiente também passa pela questão do saneamento e se consolida em mais um motivo para a tutela estatal. No momento de catástrofes climáticas, aquecimento global, secas e até o nascimento novas doenças, ampliar o acesso a agua potável e saneamento básico é mais do que urgente, é vital para o nosso planeta.

Investir em saneamento cria empregos e melhora as condições de vida, o que pode impulsionar o desenvolvimento econômico. O Acesso igualitário ao saneamento público reduz as disparidades sociais e promove a equidade. O saneamento público desempenha um papel fundamental na promoção da saúde, qualidade de vida e desenvolvimento sustentável de uma comunidade ou país.

Reunidos no Rio de Janeiro, nos dias 19 e 20 de Outubro, trabalhadores e trabalhadoras de empresas privadas de saneamento das duas maiores centrais sindicais do país – CUT e CTB – debateram como lidar com a situação do saneamento privado e nesse documento reafirmam a unidade em luta do saneamento público, pela fiscalização efetiva das condições de trabalho e da atuação das empresas privadas.

Convocamos a unidade das categorias do Saneamento, por todo país, com todas suas entidades, para nos unirmos, nacionalizarmos nossa campanha salarial, lutarmos por um piso nacional para a categoria enfrentar e derrotar tentativas achatamento salarial e/ou redução de direitos. Juntos, podemos pressionar por melhores condições e mais segurança no trabalho, bem como, mesmo em empresas privadas, cobrar e tratar o saneamento como ele é, um direito de todos e todas!

Convocamos também a toda população a se unir com as entidades de classe para resistir a processos privatistas. No Rio de Janeiro, a criminosa privatização da CEDAE ainda é alvo de questionamentos pro graves ilegalidades em seu processo. Em São Paulo, a palavra de ordem é defender a SABESP e derrotar o projeto entreguista do Governador Tarcísio.

Unidos e dialogando com o povo, iremos impedir qualquer negligência privada em áreas remotas e pobres. Saneamento, Saúde e Meio-Ambiente não são mercadorias! Foi com muita ação do movimentos sindical e aliados de classe que Paris reverteu a privatização do Saneamento em 2010, que Berlim deu fim as altas tarifas das empresas privadas em 2013, que Atlanta, no coração do capitalismo, reestatizou o saneamento e a gestão da água do seu povo ainda em 2003. Aqui mesmo, na América Latina, temos duas cidades que foram pioneiras na reestatização das empresas de Água e Saneamento: Cochabamba na Bolívia no ano 2000 e Buenos Aires, Capital Argentina, em 2006. Nosso horizonte é a estatização, nossa luta agora, no entanto, é por trabalho digno, seguro, justo e por uma intensa fiscalização pelo poder público e pela sociedade civil de todas empresas do setor.

Juntos, somos muito mais fortes! É hora de unidade para lutar e reconquistar direitos e fazer a luta em cada empresa do setor do saneamento, seja ela pública ou privada, acumulando forças para dialogar com todos os poderes por um saneamento 100% público e estatal, a serviço do povo trabalhador do nosso País.

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