O Papel dos Sindicatos na Conquista dos Direitos Trabalhistas

A Proclamação da República, em 1889, inaugurou um novo capítulo na história do Brasil, mas as mudanças republicanas não aconteceram da noite para o dia. Trabalhadores e Trabalhadoras, incluindo mulheres e crianças, conviviam com trabalho pesado em jornadas que duravam até 16 horas. Em 1903, no Rio de Janeiro, ocorre a primeira reação da classe trabalhadora. Um movimento iniciado nas fábricas de tecido que se alastrou rapidamente até os portos, gerou a 1ª greve geral no Rio de Janeiro, com protagonismo dos estivadores que conquistaram inúmeros direitos e terminaram por fundar o embrião dos sindicatos, a União dos Estivadores. 

Anos depois, em 1917, na cidade de São Paulo, novamente um movimento surgiu nas fábricas de tecidos e se alastrou contra as jornadas exaustivas, salários baixos e da repressão policial. Diversas categorias se uniram em um Comitê de Greve organizando a 1ª Greve Geral de São Paulo, fechando fecha fábricas, comércios e parando o transporte público por dias e culminando, novamente, em conquistas importantes. 

Nesse processo surgiram os primeiros sindicatos, enfrentando muita repressão sem recuar da luta por direitos. Esse processo levou a conquista, na década de 1930, de leis que asseguraram direitos como a jornada de trabalho de 8 horas, férias remuneradas, direito à pensão e à aposentadoria, regulação do trabalho feminino, e o reconhecimento dos sindicatos como legítimos representantes da classe trabalhadora. 

Em 1962, a primeira greve geral nacional do Brasil novamente mostrou a força dos trabalhadores e dos sindicatos unidos, parando o país por 18 dias, fundando o o Comando Geral dos Trabalhadores (“embrião” do que viria a ser as atuais centrais sindicais) e, mesmo sob forte campanha contrária da imprensa e dos empresários, conquistando o 13º salário para os trabalhadores do Brasil. 

A resposta das elites conservadoras não demorou e dois anos depois, um golpe empresarial-militar levou o Brasil a um regime de repressão, tortura e morte. Os Sindicatos, no entanto, mesmo reprimidos e na ilegalidade, seguiram na luta com destaque para as grandes manifestações grevistas em 1968, no final da década de 1970 e início dos anos 1980. A luta naquela época ia além de pautas laborais, lutava-se por direitos, justiça, vida e democracia.  

Em suma, toda conquista de direitos e momentos importantes da história do Brasil a partir do século XX tem a participação dos sindicatos que mesmo sob ataques contínuos da extrema direita, seguem até hoje firmes, com suas bandeiras erguidas, lutando por uma vida melhor para os trabalhadores brasileiros. 

*Texto publicado originalmente na página 2 do Papel Central do Dia do Trabalhador, publicado em 01 de maio de 2024.

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