- 25 de outubro de 2019
- Publicado por: CTB-RJ
- Categoria: Notícias CTB-RJ
O Seminário “Pelo Futuro do Trabalho”, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com as Centrais Sindicais e outras entidades, aconteceu na manhã desta quinta-feira (24), no Museu do Amanhã, centro do Rio de Janeiro.
A atividade reuniu representantes do empresariado, do movimento sindical e do governo para discutir a questão do trabalho em tempos de quarta revolução industrial.
Adilson Araújo, Presidente da CTB, compôs a mesa de debates do primeiro painel, cujo tema era “Transformações no sistema produtivo e o futuro do Trabalho”.
Ao lado de representantes da CUT, da OCDE e da própria CNI, Adilson debateu os impactos das mudanças tecnológicas nas atividades econômicas, principalmente na indústria, no mercado de trabalho brasileiro em geral e, principalmente, na Classe Trabalhadora.
O Presidente da CTB apresentou a nota técnica produzida pela central sindical e defendeu mais investimentos em pesquisa e produção de conhecimento.
“Esse encontro é singular. Tudo que mais desejamos é discutir uma política industrial contemporânea. No curso do desastre econômico, social e político que assistimos, nada mais adequado do que um pacto da produção com o trabalho.” – defendeu Adilson.
O Presidente da CTB também fez críticas à Reforma Trabalhista e colocou a defesa da Soberania Nacional e da Democracia como pilares para o crescimento das forças produtivas.
“Eu não tenho dúvidas que a possibilidade do crescimento das forças produtivas, com elevação da produtividade e recorrente processo valorização do trabalho se assenta na defesa da soberania e da democracia.”
Na mesma linha, a Presidenta da CTB Minas Gerais, Valeria Morato, presente na atividade, afirmou que a Central atua na construção do diálogo com Federações de Indústria e Comércio e disse ver, nesse diálogo, caminhos para evitar que o país entre em um colapso social.
“É preciso ter diálogo entre ambas as partes. Diálogo e boa vontade para solucionar os problemas. Estamos em um momento que a atual postura do governo não atende nem uma parte, nem outra. Não cria perspectivas nem para os empresários e nem para os trabalhadores. Nossa unidade pode tirar o Brasil de vivenciar, em pouco tempo, um colapso social como vivem Equador e Chile.”
Outro Presidente Estadual da CTB presente no seminário foi Paulo Sérgio Farias, Presidente da CTB-RJ, que avaliou como positiva a realização do seminário, embora teça críticas a alguns entendimentos sobre o momento vivido pela Indústria Brasileira.
“O evento foi um marco importante no sentido da busca do estabelecimento de uma pauta convergente entre o setor produtivo e a classe trabalhadora. A busca de frear a desindustrialização, construir consensos em determinadas pautas, resgatar os empregos e se possível, restabelecer uma ideia de política industrial no país na quadra atual. O debate que se deu em torno do advento da quarta revolução industrial precede o entendimento sobre o estágio atual da indústria, sobre a necessidade de investimentos maciços na educação, na geração de conhecimento e domínio sobre ele, que passa efetivamente, pela defesa da democracia e da soberania. O dado objetivo desse debate é que deve ser buscado no âmbito do Congresso Nacional e nos demais fóruns de intermediação dos conflitos inerentes à dinâmica entre capital e trabalho.” – afirmou
Sindicatos da base da CTB marcam presença no Seminário
Sindicatos importantes da base social da CTB no Rio de Janeiro também marcaram presença no debate. Foi o caso, por exemplo, do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro. O Presidente do Sindimetal-Rio, Jesus Cardoso, falou com o Portal CTB, e defendeu um caminho para buscar o crescimento da indústria nacional:
“Foi muito importante estar aqui hoje. Nesse momento de crise, buscamos essa sinergia para buscar o emprego. O foco, hoje, tanto da indústria, como do trabalhador, é no emprego. Então, nada mais natural que capital e trabalho buscarem fazer o governo entender que sem consumidor, não tem empresa. E sem empresa, não tem trabalhador. É esse objetivo desse diálogo com a CNI, SESI SENAI e outras entidades: buscar um caminho de crescimento da Indústria Nacional.”
O Sindicato dos Metalúrgicos de Angra dos Reis e Região foi outra entidade presente no debate. A Presidenta do Sindicato, Crisitane Marcolino, também falou com exclusividade ao Portal CTB, e lembrou da necessidade do governo federal atuar na qualificação e reinserção de trabalhadores no mercado de trabalho:
“Para o Sindicato dos Metalúrgicos, é fundamental esse debate que fala sobre o futuro dos trabalhadores, qualificação e requalificação. Hoje, temos mais de 13 milhões de pessoas desempregadas, muitas outras em empregos informais, e isso faz que haja uma preocupa sobre a reinserção dessas pessoas no mercado de trabalho. Esse debate é muito importante, e foi feito na presença do representante do Ministério da Economia. Espero que ele tenha compreendido tudo que foi dito e que o governo federal passe a trabalhar de forma forte para qualificar e requalificar os trabalhadores.”
O Presidente do Sintsama-RJ, Humberto Lemos, também esteve presente na atividade e demonstrou preocupação com o futuro. Para Humberto, a Classe Trabalhadora precisa se organizar sindicalmente para resistir.
“É importante participar desses debate para ver, nesse mundo globalizado, como que o patrão está tratando a questão do trabalhador. A gente fica meio apreensivo com essa mudança toda e com o massacre feito sobre a classe trabalhadora, Precisamos estar organizados sindicalmente pois o que vem por aí não é coisa boa. Os trabalhadores precisam sair da defensiva e participar desses fóruns para discutir as questões que assolam todo país.”
Após o Seminário, representantes das Centrais Sindicais e das entidades patronais se reuniram para construção de um documento conjunto que será encaminhado aos Deputados Federais em Brasília.
O documento apontará propostas consensuais entre as partes no sentido de crescimento da atividade industrial, aumento do emprego e valorização do trabalho.
O cetebista, e ex-deputado federal, Assis Melo, também passou pelo Museu do Amanhã nesse dia de intenso debates e ressaltou que é papel das Centrais Sindicais construir esse diálogo nacional.
“Esse tema, o futuro do emprego, faz parte da discussão dos trabalhadores e do setor produtivo. Nós precisamos criar uma política que gere empregos de qualidade e valorize o trabalho. A CTB, desde sua fundação, tem esse princípio. Dialogar com o setor empresarial é importante para que a gente consiga construir bases mínimas para o desenvolvimento nacional. Essa questão da quarta revolução nos preocupa, pois vai gerar impacto no ponto de vista do emprego, e nós precisamos ver como vamos enfrentar isso. A CTB, tal qual as centrais sindicais, tem, então, esse importante papel de construir esse diálogo nacional.”