- 6 de março de 2024
- Publicado por: José Medeiros
- Categorias: Mulheres, Notícias CTB-RJ
O 8 de Março é uma data histórica desde sua origem. Uma das poucas datas do calendário oficial internacional que não foi introduzida pelo comércio, remete à luta das mulheres russas, em 1917 por melhores condições de vida, trabalho e pelo fim da 1ª Guerra Mundial. Remete também às grevistas de Nova Iorque, mortas no incêndio da fábrica Triangle Shirtwaist Company, lutando pelos seus direitos; às mulheres que lutaram e as que tombaram para as fogueiras do Santo Ofício na Idade Média, às sufragistas que lutaram pelo direito ao voto, às que lutaram pela democracia ontem, e hoje, dando por vezes sua vida para construir um mundo melhor.
O Dia Internacional da Mulher é um dia de luta e une em si a essência de diversas mobilizações históricas das mulheres ao redor do mundo. Esse ano, mais uma vez, estaremos nas ruas fortalecendo o significado dessa que é uma das mais importantes agendas do movimento social internacional. Levantaremos nossas bandeiras com a consciência do papel central que as trabalhadoras tem na luta de classes. Quando uma mulher avança, avança a sociedade e após anos de retrocessos com os governos misóginos de Temer e Bolsonaro, somos nós, as Mulheres que cumprirmos o papel histórico de protagonizar, junto com o presidente Lula, a reconstrução do nosso Brasil.
Os avanços já podem ser vistos na retoma do Ministério das Mulheres, na criação do programa dignidade menstrual, na lei da igualdade salarial entre homens e mulheres, mas precisamos de mais. Muito mais. Ainda somos um dos países mais inseguros para as mulheres no mundo, o 5º que mais comete crimes de gênero, especialmente contra as mulheres negras que viram aumentar em 54%, nos últimos 10 anos, seus feminicídios.
Ser mulher no Brasil é lutar contra a violência que faz com que uma de nós seja estuprada a cada 11 minutos e assassinada a cada 2 horas. Vivemos em um país onde 5 mulheres são espancadas a cada dois minutos, 503 agredidas a cada hora. São números inaceitáveis e que apontam a urgência de mudanças radicais para tornar o Brasil um país seguro para as mulheres.
Essa mudança só virá com o enfrentamento ao pensamento machista e misógino que ainda segue vivo e organizado para tentar atacar a nossa democracia. O aumento dos índices de violência contra as mulheres nos governos Bolsonaro e Temer não aconteceu à toa, a raiz da direita golpista e saqueadora de direitos é misógina e violenta, e derrotar esses segmentos e assegurar o fortalecimento da democracia o caminho para um país melhor para as mulheres.
Por isso, além de todas as pautas tradicionais dos movimentos de luta feminista, nesse 8 de março nossas bandeiras também se erguem pela democracia, por nenhuma anistia para os golpista de ontem e de hoje, para uma punição exemplar para aqueles que tentaram tomar o poder à força, dando um golpe de estado, em 8 de janeiro de 2023. Nossas bandeiras estarão erguidas na linha de frente contra a extrema direita machista e misógina que governou o Brasil até o fim de 2022, para que não tenham chance de voltar com seu projeto violento de poder e sofram uma nova derrota nas urnas, nas eleições municipais desse ano.
As mulheres trabalhadoras da CTB Rio de Janeiro estão nas ruas nesse 8 de março, e todos os dias, lutando pelo fim da violência, contra a fome, por melhores postos de trabalho, mais mulheres em postos de chefia e espaços de poder, pelo fim dos assédios, por segurança em casa, na rua, no transporte público e em todos os lugares. E assim continuaremos!
Toda base social da CTB-RJ está convocada para, às 16 horas, na Candelária, somar-se a todos os movimentos sociais que participarão da manifestação do Dia Internacional da Mulher!
Viva a luta das mulheres! Viva a Democracia!
Sem anistia para os golpistas!
Mais Empregos, Direitos e Segurança!
Mais Mulheres em Cargos de Chefia e Espaços de Poder!
Rio de Janeiro, 6 de março de 2023
Débora Henrique
Secretária da Mulher Trabalhadora da CTB Rio de Janeiro