- 12 de novembro de 2024
- Publicado por: José Medeiros
- Categorias: Notícias CTB Nacional, Notícias CTB-RJ
A posição do Ministério do Trabalho ao sugerir que a questão do fim da escala 6×1 seja resolvida exclusivamente em acordos e convenções coletivas representa um retrocesso. Essa decisão ignora a importância de se avançar em uma questão essencial para a saúde, o bem-estar e a dignidade dos trabalhadores e trabalhadoras. A proposta do Ministério distancia o governo de uma luta histórica do movimento sindical, que há décadas combate a exploração dos trabalhadores e busca por condições de trabalho mais dignas e humanas.
Não podemos esquecer que o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nasceu no berço do movimento sindical. Ao longo de sua trajetória, Lula e o movimento sindical sempre estiveram alinhados na defesa de um país mais justo e igualitário, onde a redução da jornada de trabalho e a melhoria das condições de vida dos trabalhadores fossem prioridades. Foi com esse espírito que os movimentos sociais, populares e sindicais se uniram e trabalharam arduamente para eleger um presidente que entendesse as necessidades da classe trabalhadora e lutasse por suas pautas.
A escala 6×1, que exige que o trabalhador atue por seis dias seguidos para então descansar apenas um, tem consequências devastadoras para a saúde física e mental do trabalhador. Esse modelo de jornada leva ao esgotamento, aumento do estresse e do risco de doenças ocupacionais, além de comprometer o convívio familiar e social, gerando um ciclo de desgaste e precarização da vida. É inaceitável que, em um país que já lutou tanto pela consolidação dos direitos trabalhistas, ainda se proponha manter um sistema de trabalho tão exaustivo e desumano.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Deputada Erika Hilton (PSOL), que propõe o fim da escala 6×1, representa um avanço civilizatório. Trata-se de uma resposta concreta às necessidades dos trabalhadores, que já não podem mais suportar um modelo de trabalho que viola seu direito ao descanso e à saúde. Essa PEC não é apenas uma questão de justiça social; é uma medida necessária para alinhar o Brasil aos padrões mais avançados de direitos trabalhistas ao redor do mundo.
A CTB Rio de Janeiro reitera seu apoio incondicional a esta PEC e à luta por uma jornada de trabalho reduzida, defendendo a implantação de uma carga horária de 36 horas semanais, sem redução de salários. Essa mudança significaria uma importante conquista para o bem-estar da classe trabalhadora e promoveria uma redistribuição de tempo que permitirá aos trabalhadores um maior equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Portanto, conclamamos a classe trabalhadora, os movimentos sociais e a classe política a fortalecer a luta pelo fim da escala 6×1 e pela redução da jornada de trabalho. Esse é o momento de unirmos forças para avançar em pautas fundamentais e garantir um Brasil mais justo e humano para todos. O fim da escala 6×1 e a conquista de uma jornada digna não são apenas demandas trabalhistas, mas sim passos essenciais para construirmos um futuro melhor e mais digno para os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil.
*Paulo Sérgio Farias, Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – Rio de Janeiro (CTB-RJ)