Nota De Repúdio à Invasão Policial na UERJ

A CTB Rio de Janeiro, entidade representante do sindicalismo classista, sempre presente nas lutas em defesa do povo brasileiro, da democracia, do direito à manifestação e do papel das universidades e sua popularização para garantir desenvolvimento, produzir conhecimento e mudar vidas. A popularização do ensino superior leva aos jovens pobres oportunidades, as cotas raciais combatem preconceitos e assistência estudantil combate a evasão das famílias pelo capital oprimidas.

Por tudo isso, a CTB Rio de Janeiro vê na UERJ um patrimônio desse processo de transformação social. Primeira a ter cotas raciais, por anos por todos reconhecida como a universidade mais negra e popular do país. Uma universidade com cara, cheiro, recheada de povo, de gente humildade que busca pelos estudos transformar sua vida e de suas famílias.

É completamente inaceitável as cenas de barbárie, violência, promovidas pelo governo do Estado contra estudantes que lutam pelo direito que pelo Estado lhes foi tirado e vai contra tudo que põe a UERJ na vanguarda da democratização e popularização do acesso ao ensino superior. São 1200 estudantes que por um ato executivo perderam seus auxílios para permanecer estudando e ainda escutaram o governador bravatear aos jornais que a “UERJ não pode pagar para estudarem lá.”

Nós da CTB-RJ respondemos ao governador que ela não apenas pode, como deve. Essa fala além de demonstrar ignorância do que é uma universidade pública. Mais que isso, não gosta de jovem estudando. Nas favelas, suas operações ineficazes fecham escolas, na universidade corta auxílio e bota para fora da universidade gente pobre, preta, periférica, as mesmas às quais faz viver em clima de guerra noite e dia.

Para além dessa violência, é muito grave a entrada das forças de repressão no espaço da universidade para agredir estudantes e qualquer um em seu caminho. Levando presos até parlamentares, como o Deputado Glauber Braga a quem prestados nossa solidariedade, um jornalista que registrava todas aquelas atrocidades. Dia de luto para a educação, dia de vergonha para nossa democracia.

Estamos com os que lutam pela manutenção das bolsas, a UERJ é maior que um governador autoritário com tendências genocidas. Resistir de todas as formas até que nenhum estudante perca sua vaga. Universidade Pública é para todos, não para quem pode pagar como privilégio como antes da UERJ derrubar, antes de qualquer outra, esse paradigma elitista.

Viva a UERJ! Liberdade para todos os presos por lutar pela UERJ para todos.

Não ao elitismo e autoritarismo! Revogação dos Cortes e nunca mias violência policial num espaço feito para exercício do debate e da democracia.

Que o próximo policial a entrar numa universidade pública seja por ter passado no ENEM e que o governador responda por mais esse crime cometido por ele contra o Rio de Janeiro, seus patrimônios, sua gente, contra a UERJ e contra a democracia.

Rio de Janeiro, 21 de Setembro de 2024

Paulo Sérgio Farias

Presidente da CTB RJ

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