Trabalhadora Morre após mais um acidente de trabalho na CSN

A morte de Laurilene Cristina Leal de Souza, de 28 anos, no dia 20 de janeiro, traz novamente à tona a dura realidade enfrentada pelos trabalhadores e trabalhadoras da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Laurilene, auxiliar de limpeza industrial da Companhia Brasileira de Serviços de Infraestrutura (CBSI), perdeu a vida após cair de uma altura de cerca de 15 metros durante atividades na área da Aciaria, dentro da Usina Presidente Vargas, em Volta Redonda. O trágico acidente, ocorrido no dia 10, deixa órfã uma menina de apenas 8 anos e evidencia o descaso contínuo da CSN com a segurança no trabalho.

A trajetória de acidentes na CSN é marcada por negligência e tragédias. Em agosto de 2021, Luiz Paulo da Silva, de 51 anos, morreu após um incêndio causado pelo contato de gás de coqueria com uma centelha gerada por um celular. Em dezembro do mesmo ano, um trabalhador terceirizado pela Mamuth faleceu em um acidente envolvendo uma ponte rolante, e outros três ficaram feridos. No mês de março de 2023, José Mauro do Nascimento, maquinista de 56 anos, perdeu a vida após uma colisão ferroviária. Em setembro de 2023, Antônio Carlos da Silva, trabalhador experiente de 61 anos, sofreu um acidente fatal durante suas atividades. Mais recentemente, em novembro de 2023, um técnico de manutenção elétrica, de apenas 25 anos, morreu em Porto Real após um acidente com equipamento elétrico.

Estes episódios formam um histórico alarmante de mortes e sofrimento que exigem respostas urgentes. Apesar das promessas de melhorias e das investigações técnicas, a recorrência de fatalidades demonstra que a CSN falha sistematicamente em oferecer condições de trabalho seguras para seus funcionários, direta ou indiretamente contratados.

A negligência da CSN não se limita à segurança de seus trabalhadores. A empresa também acumula um passivo ambiental preocupante. Em Volta Redonda, a população enfrenta diariamente os impactos do pó preto lançado no ar, que compromete a saúde dos moradores. Outro exemplo crítico é a gigantesca montanha de escória acumulada às margens do Rio Paraíba do Sul, representando uma ameaça potencial ao abastecimento de água de milhões de pessoas no estado do Rio de Janeiro.

Para a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – Rio de Janeiro (CTB-RJ), a situação na CSN é inaceitável e exige ação imediata das autoridades competentes. O Ministério Público do Trabalho e outros órgãos de fiscalização precisam assumir uma postura firme para investigar a fundo as condições de segurança na Usina Presidente Vargas e nos demais empreendimentos da empresa. A CTB-RJ defende que os responsáveis por essas mortes e pelos crimes ambientais sejam responsabilizados na forma da lei.

A empresa, que já foi alvo de audiências públicas, incluindo uma recente convocada pela Comissão de Trabalho da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e presidida pela deputada estadual Dani Balbi (PCdoB), continua operando sob práticas antissindicais, ignorando as reivindicações de trabalhadores representados pelo Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense (Sindimetal-SF). A CTB-RJ denuncia essa postura como um ataque direto aos direitos dos trabalhadores e reafirma seu compromisso com a luta por justiça, segurança e dignidade no trabalho.

É hora de romper o ciclo de mortes, exploração e impunidade. A CTB-RJ exige mudanças estruturais e uma fiscalização contínua que garanta o direito fundamental à vida e à segurança no ambiente de trabalho. Não podemos aceitar que lucros sejam priorizados acima de vidas humanas.

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