VIVA A DEMOCRACIA!

A CTB provoca: É imperativo que lancemos um olhar crítico e honesto sobre a história do nosso país e a relação com os militares.

Acompanhamos nesta terça-feira (25/11), o desenrolar do processo judicial sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil, que finalmente parece quebrar um ciclo histórico de impunidade com os militares no Brasil.

A condenação e prisão dos generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, além da declaração de trânsito em julgado na ação contra Jair Bolsonaro, Alexandre Ramagem e Anderson Torres.

Com o ministro Moraes determinando o início e o local de cumprimento das penas para os condenados, temos um avanço da justiça em um possível acerto de contas com o passado.

A nossa jovem democracia foi forjada por uma dolorosa sequência de golpes em cima de golpes, e nela reside uma chaga que a história insiste em não fechar: a impunidade das Forças Armadas.

Desde os primórdios da República, e ao longo de toda a nossa trajetória, registram-se inumeráveis intervenções e ataques dos militares a regimes constituídos e a lista é grande:

​​1889: Proclamação da República; 1891: Golpe de 3 de Novembro; 1930: Revolução de 1930; 1937: Golpe do Estado Novo; 1945: Deposição de Getúlio Vargas; 1964: Golpe Civil-Militar de 1964.

Essa tradição perdurou, com os militares constantemente ameaçando a ruptura na nossa jovem democracia, minando a estabilidade institucional.

No período mais sangrento, a Ditadura Militar, tivemos um regime de 21 anos instaurado por um golpe de Estado. A transição para a democracia, embora celebrada, deixou a verdade e a justiça pelo caminho.

É um fato histórico inegável e revoltante: em toda a história do nosso país, nunca nenhum militar foi preso ou condenado pelos crimes e violações cometidas durante esse regime de exceção ou pelas repetidas ameaças à ordem constitucional.

A impunidade não é apenas a ausência de castigo; é a persistência de uma licença histórica para que a ameaça permaneça. 

A CTB/RJ reafirma que só haverá plena consolidação democrática quando o passado for devidamente julgado e os responsáveis por atentados contra o Estado de Direito forem responsabilizados.

CTB – CENTRAL DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DO BRASIL

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